Oi, beautymores!
Gente, sou uma nova colaboradora aqui nesse espaço, vou aparecer por aqui- nesse blogger de vez em quando- ainda não sabemos a periodicidade, mas me deixa contar o que vou fazer aqui, falaremos sobre livros, poesias e dessa forma indiretamente estaremos refletindo também sobre a vida.
Mais algumas informações: eu não sou especialista em literatura, nada do gênero, portanto, não irei discutir nada de forma técnica, apenas discorrerei sobre como os livros me impactaram e espero que dessa forma a gente possa refletir e estabelecer algumas conexões.
Passando, essas introduções, passaremos ao que interessa. Foi uma tarefa muito difícil escolher qual livro inaugurar essa nova secção aqui, mas depois de matutar bem muito, o livro escolhido foi... Nada a dizer- Elvira Vigna
Resumindo o contexto da narrativa, o livro conta a história de um casal de meia idade que juntos possuem uma empresa de tradução, sabemos o nome do marido, Paulo, que tem uma relação extraconjungal com uma mulher 20 anos mais jovem, a N, sim, não sabemos mais nada sobre o nome da amante, devemos lembrar que toda a história é contada sob o prisma da narradora. O marido não tem voz durante a narrativa, é quase uma compensação em razão da traição. Não se preocupem que isso não é nenhum spoiler, pois, é a partir dessa traição que vamos conhecendo mais sobre a história da nossa narradora e sobre as marcas que esse episódio vai carregar em sua vida.
Após a narradora descrever os eventos que acabaram desencadeando a traição de Paulo, ela começa uma reflexão, ou quem sabe, uma crise confusa e dolorida sobre o que restou dela, pois, ela mesma não mais se reconhecia.
Inclusive, esse foi um dos pontos que me chamou bastante atenção, a narradora, quebrou os padrões de “esposa traída” “No olhar dos outros, inscrito o que minha mãe chamaria de destino de mulher. Nasceu com boceta? Vai ser enganada. Traída, humilhada. E o melhor é não ligar, minha filha. Levante o nariz e siga em frente.”
Em resumo, apesar de o livro ser bem curtinho, Elvira faz a gente entender todo o processo da narradora que inicialmente detesta a amante, depois com muito humor e dor tenta entender o que aconteceu, e dentro dessa lógica começa a se reinventar e acaba tentando descobrir quem de fato ela é, qual espaço ocupa e quais palavras e padrões não quer ser, afinal, a vida não é só uma descoberta do quem somos, mas também do que não queremos ser. Conseguimos sentir essa dor de se encontrar e tentar compreender que espaços ocupamos na vida dos outros, no caso, ela tenta compreender isso dentro da sua relação com Paulo.
“Mas a lista das perdas era também uma lista de compras. Não eram as histórias e as palavras e as músicas o que eu havia perdido. Eu havia perdido essa minha identidade que formulava, sem cessar, histórias, palavras e músicas a seu próprio respeito. Eu tinha ficado menor, menos interessante. E precisava comprar um olhar com que eu pudesse olhar o mundo, uma voz com que eu pudesse frágil e firme, falar de mim. Não contar histórias, menos do que isso. Só falar.”
Então é isso, tentei expressar um pouquinho de como foi essa viagem com o livro da Elvira, e quem não conhece tanto a autora- como eu mesma não conhecia- deixo uma sugestão, escutem o podcast da #MQE- Mulheres que escrevem que nesse ano de 2020 lançaram o desafio de ler várias obras da Elvira.
Aqui o link: https://anchor.fm/mulheres-que-escrevem-podcast
Aqui o link: https://anchor.fm/mulheres-que-escrevem-podcast
Comecei de forma meio atrapalhada, espero que tenham gostado, logo volto com um novo livro ou quem sabe apenas uma poesia para a gente refletir.
Cheiro grande,
Nathy Pinto
Nathy Pinto
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