quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Resenha: Ayòbámi Adébáyò - Fique comigo

Oi, beautymores, tudo bem?

Cá estamos aqui em mais uma semana! Que coisa boa. Hoje vou voltar para os livros hehe 

Vamos falar do livro da escritora nigeriana  
Ayòbámi Adébáyò, Fique comigo. 

https://drive.google.com/uc?export=view&id=1awQtF6Ze8bn-G-aDtCh73uLfTXGq_mTe

Esse foi um dos livros que li em 2020 e já ficou na lista de melhores que já li na vida e confesso que não estou sendo nada exagerada. 

Vou tentar contar todo o enredo e minhas impressões do livro sem dar nenhum spoiler mas confesso que vai ser muito difícil, então o livro se passa na nigeriana e basicamente narra a história de um casal,  Yejide e Akin, que se conheceram na faculdade e logo se casam, apesar da nigeriana aceitar a poligamia- em que homens podem ter mais de uma esposa e aqui é importante mesmo frisar que as mulheres só podem ter um marido, já vamos vendo como o patriarcado é bem forte neste aspecto cultural- fica logo estabelecido pelo casal que eles vão ser um casal monogâmico. 

Um dos pontos bastante intrigantes no livro é que a autora tenta mostrar a perspectiva dos fatos tanto por Yejide como por Akin, mais um recorte que também é presente no livro é que ele trata dois anos em específico, os anos de  1985 e 2008. Bom, o livro além de falar da história do casal em si, usa o recorte temporal também para retratar os conflitos políticos vividos pela Nigéria na  década dos anos 80. 

Akin sofre muita pressão por sua família para ter filhos e sua mãe fica insistindo para que ele arrume outra esposa pois o problema com certeza deve ser sua esposa Yejide. Então ele acaba cedendo a pressão da sua mãe e casa novamente e isto faz com que a Yejide ache que ela precisa de qualquer forma engravidar para assim "salvar" seu casamento, além de questionar o que de fato seria o amor: "  Então, o amor é uma prova: mas em que sentido? Com que finalidade? E quem se submete à prova? Mas acho que eu realmente acreditava que o amor tinha o imenso poder de trazer à luz tudo o que havia de bom em nós, de nos aprimorar e nos revelar a melhor versão de nós mesmos", vai se questionar nossa personagem principal. 

Então é a partir desta premissa que toda a história vai se desenrolando com diversas nuances, como eu disse, não vou dar spoiler sobre a história mas a partir desse plano de fundo que podemos ver discussões sobre maternidade, machismo, família, política, masculinidade também, pois Akin sofria diversas pressões para se encaixar em um determinado padrão do que é ser masculino que o vez mentir e também o acabou afastando da protagonista- me controlando muito para não dizer todos os detalhes para fazer sentindo para vocês-  e a silenciando muitas vezes para não se ter "revelado", foi também o que fez ele ceder as pressões de sua mãe e arrumar outra esposa, quebrando assim seu acordo com Yejide, e esta em razão de todo o contexto em que era inserida não questionava as humilhações que ela passava:  "Eu não tinha pai, mãe nem irmãos, Akin era a única pessoa no mundo que realmente notaria se eu desaparecesse. Hoje digo a mim mesma que foi por isso que me esforcei para aceitar cada nova humilhação: para ter alguém que procurasse por mim caso eu desaparecesse" 

Nossa, gente, é um livro muito complexo, sinto vontade de destacar outros trilhões de pontos, Ayòbámi escreve de um jeito que nos prende em cada página, nos faz ansiar pelo próximo diálogo, além de que o livro nos abre a mente para questionar diversas questões, além de nos fazer conhecer mais sobre a cultura e os costumes da Nigéria, acho que é bastante importante abrimos nossas mentes para ler autoras e autores de outros países fora do eixo ocidental.

Esse romance é sobre amor, perda, estruturas de poder, literalmente viajamos muito durante a leitura e vou logo dizendo que é bem possível que vocês no transcorrer da história derramem algumas lágrimas, tem passagens bem tristes e impactante. É isso, leiam esse livro hahaha

Espero de verdade que vocês gostem deste livro tanto quanto eu. 

Beijos e até a próxima semana. 

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